segunda-feira, janeiro 28, 2013


Autocontrole Idiota

"Porque é mais difícil do que parece, foi na minha infância e é a minha vida inteira. Sou eu cheia de traumas e me descabelando sempre, meio anormal e neurótica... É quando eu me pego sempre no meu autocontrole idiota, são as unhas roídas e eu me escondendo dentro da casca que eu criei de morada. E todos riem e fazem críticas de quanto sou desajeitada pra vida, pro amor, pro sexapio  Sou eu sempre nervosa derrubando a caixinha de fósforos que cai debaixo do fogão e eu ajoelhada catando um por um. Tenho um equilíbrio que não existe e que me faz sempre ser essa menina que nunca cresceu... Porque a vida toda eu criei a minha imagem que no fundo só me enlouqueceu. Minha mente arde e minha dor dói mais do que você vê. Acabei ficando boa nisso tudo de aparências e nada de encantos. Quero me encolher debaixo da minha muralha. Eu e a minha loucura e preocupação que tenho com tudo, da qual não me orgulho.  Eu vou ser daquelas velhas com mil gatos tremendo de medo quando alguém segurar a minha mão pra atravessar a rua. A minha paranoia e a minha infelicidade que se confundem com a minha tristeza e as minhas mil maneiras de querer cuidar de tudo e todos e proteger as crianças e proteger o amor que sinto e me proteger. E o meu medo da vida, de pegar sol, de prender o dedo na porta do carro e de perder a hora. E essa minha tristeza que um dia só quis pegar a sua mão que me fazia feliz por ser leve e me tirar o peso e a responsabilidade de ser eu. Eu séria, eu estática, eu chorona, eu dentro do meu quarto. Eu preciso de muita força e muita psicologia pra me sustentar em cima dos meus sapatos. E os meus olhos assustados e meu medo de estar ali e de sorrir nervosa, perdi a minha sensualidade e perdi as melhores coisas da minha idade. É difícil, mais difícil que parece. É triste ter que beber pra se sentir a vontade e ver o mundo girar de tanta vontade e o estômago embrulhar quando eu lembrar que vai passar. A frieza paranóica e essa minha agonia que poucos atraem me fez distante, desequilibrada e sempre preocupada...desde os palitinhos de fósforos, que se perderam debaixo do fogão, até o amor que eu tive, que nada mais me fazia do que provocar minhas mãos trêmulas, que ou te seguravam ou me mantinham em pé segurando a barra da escada que, se eu soltasse, ia me fazer rolar e vomitar todos os calmantes e esfolar os joelhos e quebrar a coluna... O vento soprando e eu segurando os cabelos loiros e finos que eu não quero que se assanhem. Tudo é problema: chuva, sol, emoções e o prédio que eu criei mofando e balançando, querendo desmoronar. Eu me desfiz dos quadros e das paredes, das cores e das fotos pra não tombar. Olhe pro meu medo e sorria... É fácil me criticar quando se tem a escolher a sobrevivência e você. Você não sabe o que é ter mentido tanto sobre si que acabou virando mentira. Você não sabe que a única coisa que flui naturalmente em mim são as lágrimas que saem costumeiramente e diariamente dos meus olhos e nem sabe o que é se segurar pra o buraco negro te sugar. Você não imagina o que é pular de um lado pro outro pra não cair dentro de algo chamado depressão. Parece tão fácil não é? Acredite, arder em febre e não sentir calafrios é como eu me sinto. É culpa por tudo, é desculpa por tudo, é nunca ter tudo. Eu me escondi e acredite: eu me esqueci e não sei mais onde me achar. São os meus mil cremes anti-rugas aos "22" anos e a minha nóia com o amanhã, que não me faz mover nem os dedos dos pés. Eu não quero ser sarada e nem loira demais e nem parecer bonita e nem parecer feia. Eu tenho medo de decepcionar todos e sempre acho que vou levar uma bronca, uma surra, uma tapa, um chute de alguém. Eu vivo com medo de ser espancada por besteiras e pela vida, nunca tomo nada demais e nem nada de menos pra não parecer, aparecer, perecer. Me mantenho numa frequência contínua e sem emoção que me faz ter vontade de me jogar no chão e quebrar todas as vidraças e quem sabe me cortar e quem sabe sangrar, mas isso ia causar dor a quem me arrodeia e eu nunca faria isso. Em que parte o meu amor ficou, ficou na parte do medo e do meu suor e de eu não querendo me entregar pra parecer sã, boa, santa, correta. Quando a gente usa corretivo demais a gente esquece onde ficou a caneta e não consegue mais escrever sequer um ditado de vogais pra nossa vida.  "
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domingo, janeiro 27, 2013


Cuida de mim enquanto fujo...

Pra falar verdade, às vezes minto tentando ser metade do inteiro que eu sinto. Pra dizer as vezes que às vezes não digo. Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo. Tanto faz não satisfaz o que preciso além do mais, quem busca nunca é indeciso. Eu busquei quem sou; você, pra mim, mostrou que eu não sou sozinho nesse mundo (...) Basta as penas que eu mesmo sinto de mim. Junto todas, crio asas, viro querubim. Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir. Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir. Quero mais, quero a paz que me prometeu. Volto atrás, se voltar atrás assim como eu. Cuida de mim enquanto não me esqueço de você. Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser. Cuida de mim enquanto não me esqueço de você. Cuida de mim enquanto fujo... 
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sexta-feira, janeiro 25, 2013


A gente vive buscando garantias...

Queremos que dê certo, queremos fazer dar certo, lutamos para colocar tudo nos trilhos, nos eixos. Mas a vida segue seu ritmo. Os sentimentos têm seus próprios passos de dança. E de vez em quando somos obrigadas a ensaiar um novo passo. Nem sempre dura. Nem sempre é eterno. Nem sempre é como um sonho bom. E precisamos lidar com isso. Nem que seja na marra. Nem que tenha que engolir o choro e de vez em quando forçar um ou outro sorriso.  

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