sábado, junho 02, 2012


Eu só sinto saudade.

"E me dói crescer dessa forma. Me dói ver que eu venho entregando os pontos, entrando no jogo desse jeito. Me dá repulsa esse pacto silenciado, esse meu corpo dentro do sistema, essa minha inércia de tanto-faz-mon-amour. Não quero mais saber, me deixa fora disso, por favor. Dói perder assim, entender tudo de boca fechada, aceitar e aceitar e aceitar. Ver que a gente vai ficando manual, vai virando máquina e vai se perdendo por esquinas. Escrevendo por conveniência, sentindo por necessidade, se humilhando por falta de opção. O que o tempo fez comigo, mon amour? Como é que a gente se perde tão fácil e tão levianamente assim? E como a gente descansa, vai pra cama e consegue dormir? Como a gente acorda, vence outro dia, finge que não sente e sente. Como a gente come e engole tanta mentira, tanta tristeza, tanta mágoa. 

Tanta saudade.

Eu só sinto saudade."


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3 Comentários:

Unknown disse...

Dê-me uma última chance, e eu farei você cantar
Dê-me meia chance para flutuar nas ondas que você traz.
Você é mel, criança, para um enxame de abelhas
Vou soprar através de você como brisa
Dê-me uma ultima dança, vamos deslizar na superfície das coisas.

Você é real
Sim, real
Você é real
Até melhor que a realidade.

Somos livres para voar no céu avermelhado
O Sol não vai derreter nossas asas esta noite.
Oh agora, sim, lá vem ela.
Me leve mais alto, me leve mais alto
Você me leva mais alto, você me leva mais alto.

Pérola disse...

É um lindo texto.
Entendo exatamente tal sensação, ver as coisas mudando, assistindo como espectador a própria vida, como se ela não me pertencesse, fosse simplesmente alheio a mim, como se eu não pudesse mudar. Sinto saudades do tempo em que tudo era feito pela pura satisfação e alegria transmitida. Mas nem sempre é assim, as coisas mudam, e muitas vezes deixamos passá-las por pura conveniência.
Beijos!

http://perolairregulaar.blogspot.com.br/

Pérola disse...

É um lindo texto.
Entendo exatamente tal sensação, ver as coisas mudando, assistindo como espectador a própria vida, como se ela não me pertencesse, fosse simplesmente alheio a mim, como se eu não pudesse mudar. Sinto saudades do tempo em que tudo era feito pela pura satisfação e alegria transmitida. Mas nem sempre é assim, as coisas mudam, e muitas vezes deixamos passá-las por pura conveniência.
Beijos!

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